quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Capítulo 02 – Paladanjos

- Paladanjos? – repetiu o Papa.
- Sim. Na Bíblia Sagrada existem muitos deles: por exemplo, as histórias do Livro dos Juízes: Otoniel, Aod, Samgar, Débora, Gedeão, e outros; todos foram Paladanjos. A Bíblia os nomeia como “salvadores”, “heróis”, ou “juízes”. Mas na verdade eram Paladanjos.
- Sim, conheço essas histórias, mas o que significa este nome?
- O nome vem da junção de “Paladino”, e “Anjo”. Paladinos eram guerreiros irrepreensíveis que lutavam pela justiça. Anjos são os Mensageiros de Deus. Portanto, de modo bem simples, os Paladanjos são guerreiros santos e lutam pela Justiça Divina e levam a Palavra de Deus na Terra.
- Então significa que uma batalha está para iniciar e que homens de valor lutarão e proclamarão a Palavra de Deus? É isso?
- Exatamente. Agora devo ir embora. Há algumas tropas do Inimigo que estão se reunindo na Terra e juntamente com outros Arcanjos devemos derrotá-los antes que se fortaleçam. São poucos, mas são perigosos e incômodos. Ainda hoje você conhecerá os Paladanjos. Eles o ajudarão a dar os primeiros passos nesta batalha e lhe darão mais detalhes. Não deve esconder nada a eles. Quanto a outras pessoas, pode dizer que recebeu minha visita, mas não conte sobre o que lhe falei.
- Está bem. Farei o que me pede.
- Ótimo. E não esqueça: ore sempre. A oração de vocês, homens, é agradável a Deus e pode lhes dar a vitória; sua falta pode custar muitas vidas. Que o Senhor, Deus dos Exércitos lhe abençoe e proteja, Leão XV.
- Amém.
E após vê-lo desaparecer num clarão de luz, o Papa passou o resto da noite em oração no seu quarto ajoelhado no mesmo lugar onde estivera até aquele momento.

Antes do amanhecer, ouviu passos apressados e vozes em direção de seu quarto. Ao chegarem à porta, houve um momento de silencio, e bateram na porta.
- Entre. – disse o Papa.
- Com licença, Sua Santidade. – Disse um Bispo, colocando a cabeça dentro do quarto, mas acaba entrando empurrado por outros Bispos. – Há algo que acaba de acontecer, e que é necessário que o senhor saiba e... O que aconteceu? Parece que não dormiu esta noite. Sente-se bem? Está pálido!
- Estou bem, não se preocupe. – ele se levantou e continuou - Mas aconteceu algo: recebi a visita do Arcanjo Miguel esta noite. – os Bispos ficam agitados e conversam entre si – Acalmem-se. Acalmem-se. Ele nos trouxe um comunicado muito importante, mas este ainda não é o momento de vocês saberem do que se trata. Mas vamos: digam o que aconteceu.
- Bom, isto explica tudo então.
- Explica o que?
- Se o Arcanjo Miguel apareceu aqui, - disse ele olhando para dentro do quarto e em seguida para seus acompanhantes - fica mais fácil de entender o motivo de Anjos terem entrado aqui e estarem agora na Capela.
- O QUE?! Há Anjos aqui?!
- Sim, há seis deles, e...
Antes que o Bispo terminasse de falar, o Papa já estava longe, atravessando o corredor cheio de Bispos e Padres.

Ao se aproximar do corredor da Capela, encontrou vários Padres e Cardeais ajoelhados e chorando pelo caminho na direção da porta da Capela. Mas antes que perguntasse o motivo disso, começou a ouvir vozes cristalinas acompanhadas pelo som de harpas. Elas transmitiam uma paz imensa, como se seus corações estivessem sendo lavados, e não havia como evitar as lágrimas. De trás da porta vinha uma luz, como se ao invés de nascer lá fora atrás das nuvens de chuva, o Sol tivesse escolhido nascer ali. Quando prestou atenção às palavras que ouvia saindo da sala à sua frente, não conseguiu evitar que uma lágrima corresse pelo rosto: eles cantavam em latim o Adoro-te devote, escrito por São Tomás de Aquino. Ele desejou ter chegado ali antes para ouvir todo o hino, mas pôde ouvir apenas o final. Mesmo assim, aquele pequeno coro divino ficaria marcado para sempre no coração dele. Quando terminaram a luz diminuiu, mas ainda brilhava e ouviu-se uma voz forte que disse:
- Papa Leão XV, por favor, entre.

Bastidores do Capítulo 02

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